Não tão certos...

tem certos momentos que insistem,
nos vira na cama, suspira,
diante dos olhos.

uma cena, centenas,
coisas intensas.
às vezes sem entender.

coisas incertas,
invadem nossos sonhos,
tiram nosso sono.
às vezes pra dizer,
o que aconteceu, pode
ou deveria acontecer.

uma cena, obscenas,
coisas intensas.
às vezes sem entender.

sonho bom.
diante os olhos.
na pele.
vira na cama.

acorda!
tem que dormir.

" O dia em que a terra rimou" Por Bruno Vasco e Everton Tiezi

Peço a palavra, não que eu tire dela qualquer proveito, mas aproveito a oportunidades que me destes, para dizer que minhas aventuras de viajante, não é que esteja louco , talvez por que seja amante, e por ventura agora distante, venho falar coisas desprovidas de nexo, astúcia e compreensão, mas então voltando ao mundo imundo mundano, concedo a palavra que por hora tive, e quem sabe papo vai idéias vem, algo de bom, apareça por essas linhas...

Uau! Eu peço fôlego, que me foi tirado, de desafio tão inesperado - como um repentista, que de repente bate o pandeiro pulsante e com seu verbo inspirado, me convida tão elegante, para conversar em um jeito maneiro e esperar que daqui saia um verso dourado...
Fôlego retomado, ainda um pouco desconsertado, aceito feliz a conversa diferente, com jeito de repente, que vai dizendo sem intenção de fazer sentido, sem ter nada combinado, falando tudo de improviso, emenda tudo que vai vendo até que magicamente tudo está unido e o público bem servido...

É meu caro, não sei do que falo, quem sabe de choro, saudade e tristeza, ou melhor de amor alegria e beleza, ou será que não falo, por falar demais?! A propósito indago você meu brilhante rapaz, essas bolhas no leite é sempre normal? O mundo melhora na copa do mundo e no natal? A guerra, a fome, essas coisas da vida, a cidade bandida, tais problemas sempre se tornam banais? Sempre ficam para trás? Ou será que não me chega tal informação?“O ronco de fome da barriga do menino esta resolvido, esta mais animado agora nutrido” É comum ouvir o ronco do rojão, era gol do Brasil, salve a seleção, esse nosso país mas que confusão..

Em meio a tanta confusão, quem sabe o melhor não seja pensar por outra visão. Encontrar o motivo de riso na mais pura tragédia, mudar o jeito de pensar e rir para não chorar, mesmo pois agindo assim poderemos evitar uma desidratação. E leite com bolha é bom evitar, água oxigenada só é bom pra peruada que assiste a novela e quer imitar. Se o mundo melhora na copa e no natal, pode ser fato apenas superficial, mas o presente chegando e o brasil ganhando faz parar de aparecer que em brasília a coisa vai mal..

Difícil é agradar gregos e baianos, nessa agora minha Bahia tem paisagens que são covardia, belos espetáculos dessa natureza, coqueiros centenas, ensaios e bandas, festas todo dia, o povo sempre sorrindo, Caetano é lindo, Gil é lindo, é tudo lindo... agora é óbvio que existem os acasos, alguns apostam no bicho... outros na bala bem quente que sai do revolver matando gente e é no tombo do ser humano que esta a alegria.. ouso dizer que também é covardia, mas se acontece sempre quase todo dia e ninguém reporta ou ao menos se importa, errado estou eu aqui, querendo algum tipo de paz, o que será do emprego do rapaz, que trabalha tão bem vestindo emocionado o palito de madeira, naquele velho amigo de todo dia, que de manhã cumprimentava com alegria dando sempre bom dia e um bom trabalho...

Pois é meu amigo, não sei até onde a alegria é certeza, se a verdade é uma beleza, pode mesmo até ser que tudo seja covardia, enfrentar a natureza munido apenas da destreza de sobreviver a cada dia, de enganar os olhos e enfeitar os monstros, pintando-os de palhaços, satirizando os balaços, apostando com os santos...
Esperando um novo dia, ir pra tróia sem o resto da cavalaria, desafiar Zeus e brincar com Hades, insistir em levantar quando o natural é cair... só nos resta compartilhar, nossas histórias em conversa para registrar, que não estamos sozinhos e que sempre vamos levantar... um dia, histórias vão contar, dos heróis perdidos que desafiaram de anjos caídos aos que comandam os ventos e as marés...

Entraste em um assunto que sempre fui curioso, essa mitologia e a fé dos cristãos, já pensaste o que será de ti, se o Bendito Bento que hoje dos vivos é do mais alto escalão dos santos que temos, visitaste o meu Brasil, o seu Brasil, o nosso Brasil, e passeou bem tranqüilo por nossas avenidas em seu Batcarro com vidro blindado. Agora sou chato e pergunto de novo - Se ele, que é santo usa vidro blindado, eu faço o que, que sou um pobre ousado? Agora venha cá, qual a sua religião?

Minha religião deve ser pecado, acredito que fui ousado, talvez demais em meu ato de não aceitar a força do vento para me curvar e dizer que a natureza não ira me impedir de ir a qualquer lugar...
Se ele é santo e usa batcarro, os deuses voavam e mesmo assim estavam à mercê do pecado, também erravam, guerreavam e tinham medo dos homens ousados. Se você diz que é chato, digo chato é quem me diz, que quer decidir o futuro do meu país, por uma lei de seres superiores e divinos, que privilegia beneditinos, que se escondem em uma batina e vendem verdade divina.
Depois de tantas heresias, minha vez de ser curioso, existe algum ensinamento divino que te guias?

Meu caro amigo sou desprendido de crença qualquer, não tenho condições de temer a Deus, pois se fosse bom não precisaria temê-lo. Mas o cara deve existe e é um fanfarrão, as vezes até converso com o barbudo, e imagino ele sorrindo todo puto, por que sei que ele ate me gosta por ser assim espivetado, é melhor ser assim um menino abusado, do que um sujeito sem-noção que bate em sua mulher de dia e a noite vai para igreja chamar aos outros de irmão. Eis o mistério da fé, já alerta na frente o homem quem tem o dom de levar a palavra, o dom de explicar tudo que prega, e cada sentido que convêm com a nossa história, eis um homem esperto que aproveita cada virgula para ensinar o que é certo, e certamente vai perguntar no final no ato, culto, reza sei lá – É débito ou crédito sua forma de ajudar – isso não é para mim, deixo para quem pode, deixar a vida ser regrada por um livro de 1 milhar de paginas, então eu fico com os hobbits, embora pequenos e disformes, pregam amizade e alegria, regada a cerveja e cantorias, e nem lembram de Satanás...

Caro amigo, vejo que entre cerveja e cantorias, é que este diálogo merece acabar, como numa conversa de bêbados que vamos embora alegres à cantar... a noite chega e o sono começa a pesar, amanha é outro dia e eu tenho que acordar, boa conversa tivemos hoje, bons momentos sempre vão acontecer, só espero que como os hobbits, na próxima vez, tenhamos cerveja para beber!
Um forte abraço!

É amigo, eu também já vou indo, o sono vem vindo, e não me deixa ficar, um forte abraço, valeu pelo papo e concluo com isso..





Making Off


" Para o nosso Brasil é torcer para atacar, para a bala atirada é correr ou pular, para o leite com soda é melhor beber coca, e assim vou vivendo com alegria na vida e sorriso no olhar, pois não sou homem de leis e nem ando esperando jesus voltar"


" Uma viagem do olimpo à bahia na velocidade duma bala perdida, nos perdendo em assuntos dos mais diversos e matando a religião por acidente..."

"Já estou no Jingle-Bell"

Uma vez ouvi essa frase de uma professora minha de matemática no colégio. Ela queria dizer que pra ela o semestre ja tinha acabado, e mal estávamos começando novembro... bons tempos.
Agora a cena daquela porfessora exemplar falando aquele absurdo sempre me vem à cabeça quando vou fazer compras no mercado e dou de cara com um enfeite enorme e vermelho para simbolizar o natal...

Mas que merda!
Voce vai no mercadinho comprar leite com o dinheiro contado, ferrado porque ainda tem umas mil coisas pra fazer, pensando seriamente em trocar aqueles doze litros de leite por um belo litro de Smirnoff na promoção - e tem que escutar uma musiquinha muito mal feita dizendo que as pessoas são felizes e etc...

"É natal, é natal... leite à um real..."
Por falar no leite, finalmente o preço caiu por essas bandas. Tempos atrás, comprar uma caixa de leite envolvia uma análise complexa de todas as minhas economias e um planejamento estratégico dos dias para não faltar o pão ou mesmo o cafezinho nosso de cada dia.
Mas agora o preço caiu!
A explicação mais imbecil, porém mais lógica que ouvi sobre a mudança do preço do leite no meio do ano foi que estávamos na entre-safra do produto.
Entre safra do leite!?
Pois é, gozado, mas, dizem que tem uma época do ano que a grama não tem os tantos nutrientes necessários para as vaquinhas produzirem seu leitinho e assim temos menos leite.
Entre-safra da grama = entre-safra do leite.
Como se bebêssemos leite de vaca.
Acho que eles esquecem de falar que tem entre-safra da soda cáustica e da água oxigenada.
Mas acho que a explicação pra tudo isso seria ainda mais maçuca que a da entre-safra do leitinho.

Mas é natal!
Ainda não, mas as lojas finjem que sim e toda a mídia se une para falar que tá tudo bem, que o leite tá mais barato, e que devemos esquecer esse negócio de adulteração...

Mas deixa pra lá, o negócio agora é comemorar, esquecer que quase nos fodemos, ou nos fodemos nas provas de fim de semestre, que vamos trabalhar até dia 23 e que o próximo ano será igualzihno.

Bom, igualzinho não...



Feliz natal a todos os corinhtianos, porque o ano que vem não vai ser tão feliz assim pra eles...
(Poxa Tiezão, esse não foi o teu ano...)

Bom, meu Jingle-Bell está longe ainda, mas como o meu time ganhou, e é, ou vai ser, natal eu acho que vou comprar aquela vodka e esquecer os problemas.

Esses caras do kibeloco até são engraçadinhos, de vez em quando... só.

Ensaio: A folha dançarina

A folha dança, rodopiando movimentos lindos no meio da rua sob o sopro do vento.
O vento carrega vagarosamente as nuvens que encobrem a maioria das estrelas.
A lua ilumina solitária ato a ato a apresentação da pequena folha.
O vento soprou inconstante, assim como o dançar da folha, que insistia em sua performance.
Outras folhas já caíram e já se foram, derrubadas pelo vento e levadas para longe, mas a folha se mantinha como podia em sua bela apresentação.
O fim natural de uma folha, que deveria simplesmente se perder no chão ao ser derrubada de sua árvore pelo vento, parecia cruel demais para esta exímia dançarina.
Pois ela simplesmente insistia de todas as maneiras em girar e brilhar sob a luz da lua em seu palco improvisado no meio da rua.
O balé solitário suplicava pela atenção de quem passase, por mais que as barulhentas folhagens das árvores, ainda verdes, insistiam em ignorar tal bela peça.
Há quanto tempo já durava a apresentação?
Quantos já haviam passado? E quantos ignorado?
Mas ela continuava ali, dançando, mesmo com o destino inevitável de se perder em uma sarjeta ou ser levada pela chuva.
Por que ela dançava?
Como aqueles movimentos podiam ser tão belos, sob um destino tão cruel.
Uma folha que já foi pétala, que já foi flor, com suas cores velas e vibrantes mas que agora seria invisível se não fossem seus belos rodopios no meio da rua.
A folha emprestou a solidão da lua, e a transformou em poesia com sua dança.
Enfim a folha não se perdeu, como um observador despercebido diria, mas sim se imortalizou.
A folha virou poema.
E poemas não se perdem.
Poemas não envelhecem, nem perdem a cor.
A folha, invisível, encantou a lua e emprestou seu brilho.
A folha invisível dominou a rua, e encantou seu poeta.
A dançarina perdida, não ficou só.
Ela nunca se foi.
Nem parou de dançar.
E a lua se lembra.

Ensaio: O escritor e o barman.

Esse texto faz referência à musica "One for my baby, and one more for the road" de Frank Sinatra, e foi produzido ouvindo a mesma - repetidamente, por horas!



“...This is all about a guy as chick as flip...”

Escutando o bom e velho Frank introduzir a história de mais uma música da playlist acompanhado somente do belo piano de Bill Miller, do qual Frank Sinatra faz questão de apresentar e elogiar ao final da música, ele arrisca algumas palavras soltas na tela.

“…And he tells his misery to the bartender…”

Ele não está acostumado a escrever no computador, e demora um pouco para quebrar o gelo com a máquina; pensa: como as palavras deslizam mais fáceis com a caneta e o papel... Mas vai gostando do que encontra durante o texto que vai tomando forma diante de si.

“…There’s no one in the place, except you and me…”

Algumas palavras gaguejam um pouco para sair – certas coisas costumam ser difíceis de encarar.
Quando as coisas não andam muito fáceis, enfrentar pequenos problemas ou até mesmo mover os músculos para fazer algo concreto pode se tornar um desafio e tanto.
Ele pensa em largar o texto, pensa em se levantar, ligar a TV ou procurar qualquer coisa na geladeira – ele pensa em largar tudo. Mas não desta vez.
Ele sabe que esse texto é especial, é como se fosse a carta de liberdade da prisão. Uma prisão que ele não sabe como entrou, mas descobriu como sair a tempo.

“…I got a little story, you oughta know…”

A pior prisão em que se pode enclausurar um ser humano é a prisão criada por ele próprio. Quando ele cria, cria-se também a ilusão de que esta prisão é perfeita e inescapável. Pobre ilusão de criador, que encantado com sua criação, simplesmente não enxerga os defeitos.
Mas nesse caso os defeitos são bons; são a chance de fuga para o nosso prisioneiro.

Estar preso em uma ilusão é mais difícil do que aparenta ser. Não é possível julgar o que é verdade do que é apenas mais uma cela da prisão, separar a vida real de uma distorção mentirosa criada pela própria mente – uma prisão.

Quando as coisas estão difíceis, parece que todos os acontecimentos contribuem para complicar ainda mais. Acontece que as frustrações do cotidiano têm um efeito muito forte sobre nós. Pois quando queremos alguma coisa, qualquer coisa, criamos ilusões, pois nos imaginamos com nossos objetivos alcançados, nos projetamos em nosso desejo. Isso faz parte do processo. Mas quando o objetivo não é alcançado, é como se perdêssemos algo que já tínhamos. Em nossa imaginação, em algum lugar de nós, já havíamos alcançado nosso objetivo. E repentinamente ele nos é arrancado.

O sentimento de perda diminui fortemente a auto-estima, e pode causar pequenos traumas que vão se opondo à força de vontade para “querer” novamente. Esse “querer” pode significar projetar-se em alguma ação, seja para ganhar ou executar algo.

Os psicólogos chamariam isso de depressão. Mas esses mesmos “psicóticos” tratariam esse caso com drogas para inibir uma ou algumas regiões do cérebro que ficam ativas durante alguns processos sentimentais; e com isso derreteriam lentamente o cérebro de seu paciente.

É incrível como o cotidiano, com sua simplicidade, com sua rotina comum pode causar tantos problemas e teorias diversas para explicá-los. As doenças modernas surgiram como frutos do cotidiano em seu extremo. Não se falava em estresse e depressão algumas décadas atrás. Mas com o passar dos anos, o mesmo modo de vida foi sendo vivido pela maior parcela da população, e os efeitos colaterais foram se tornando o centro das atenções, pois, como não poderia ser diferente, afetariam essa maior parte da população.

As pesquisas sobre estresse são bem recentes, e caminham para uma conclusão na área de qualidade de vida. Área também recente, que em breve pode se tornar um “braço forte” da medicina. Décadas atrás ninguém queria saber de qualidade de vida, mas com o passar das décadas, a estimativa de vida foi aumentando, a qualidade dos últimos anos de vida passou a ter mais importância para a sociedade. Isso é ótimo, pois cuidará de um tratamento de nosso sistema biológico com um pouco mais de humanidade ao invés de “curar um sintoma” com medidas imediatistas sem pensar em longo prazo.

Qualidade de vida é obviamente importante para a auto-estima. De fato, auto-estima pode ser observada como uma das medidas da qualidade de vida. No entanto, existem profissionais que insistem em analisar “depressões” como se fossem médicos da década retrasada e receitar remédios tarja-preta para derreter cérebros como se fosse “cura”. É claro que existem “casos” e “casos”, e em alguns casos seja realmente necessário um tarja-preta para certo “problema psicológico”. Mas o fato é que depressão virou “doença da moda”, e sendo assim ficou mais fácil sucumbir ao pedido de um paciente que vai ao consultório e diz que precisa de Gardenal, pois está “com depressão”.

“...Just make one for my baby, and one more for the road...”

Décadas atrás, o remédio para depressão era um bom e velho uísque ou uma boa dose de cachaça “para esquecer os problemas” e uma boa desabafada com o barman; mesmo assim, ainda havia muitos casos de alcoolismo. Acontece que o cotidiano nos deixa expostos a frustrações diversas e nos resta enfrentar nossos fantasmas e tentar não se perder em um mar de ilusões deprimentes e se afogar.


“...But …I’m a kind of poet, and I got a lot of things to say...”

Ele ainda prefere escrever com papel e caneta.
Prefere seus poemas manuscritos, riscados e corrigidos com toda aquela bagunça no papel.
Acha que o texto adquire um pouco mais de personalidade, um pouco mais de humanidade quando está sob os limites do papel – mas ele gosta. Ele olha e se sente satisfeito.
Tem a sensação de que está tudo esclarecido, enquanto na verdade ele só colocou uma palavra em frente à outra...
O barman acena uma despedida.
Ele corresponde.


Dedicado aos companheiros de copo e aos barmans.

Meros colegas... Grandes Irmãos

Há tempos ando me esquivando das palavras,
meio com medo do efeito da espontaneidade que elas aparecem,
calhando com os sentimentos insanos de um demonio nesse mundo tão certinho.

Assim tenho levado, andando, caindo
roubado, correndo, fugindo
cortado, quebrado, queimado
E não que seja essa rimas tão doces
quanto é amarga a realidade,
mas mesmo que não me faça entender
a realidade não é assim tão amarga
quanto são doces as novas.

Assim segue;
essa saudade, dor virtuosa
Algo assim composto, hora de amor e outras de desgosto
Pela distancia dos kilometros, de dimensão e do coração

Mas se ela existe é porventura, da ausência do abraço
noites de conversas sobre a vida,
Ensaiando tacadas magistrais,
que nem vem ao caso as bolas certeiras,
que foge do acaso a amizade verdadeira,
em meio a estratégias de como ser sempre melhor e sincero,
sempre companheiros em momentos difíceis
e festeiros com doses robustas de alegria, violão e calmaria.

Ousados garotos,
Que idealizam viver o roteiro,
Baseado em estar sempre próximo e onde o outro estiver,
Mas que mesmo pela enorme falta da presença
Nos; crescidos depois de alguns anos de vida, oléos e estudos
entendemos,
Que a fuga dos olhos, é tão pouco importante
Diante das palavras do coração...

Isso nos faz
De meros colegas
Grandes irmãos...


Para Bruno, Vasco, Fernando, Duh e Jow
Com a menor preocupação pela ausência do sangue...
e com grande interesse em saber como estão... meus irmãos...

Esse é pra você, Vasco!

Do caralho!!!

(Perdão pelo uso desse tipo de vocabulário mas é que o momento exige. E como os leitores desse blog bem sabem, tem horas que só palavras desse tipo expressam com real intensidade o que a gente está sentindo.)
Tudo acertado. Os caras tinham se reunido na véspera pra ensaiar mesmo sem mim, porque eu estava na faculdade. Chegamos bem antes de tudo começar pra ficar espiando a montagem e a preparação do som. Tudo tranqüilo, por enquanto.
O "Vasco" (guitarra) estava trabalhando e ia chegar só mais tarde, então nós (eu - vocal, "Paçoka" - baixo, "Japoneis" - batera e "Japoneis 2" - guitarra) fomos na frente. O lugar era bacana e o palco era enorme. Aos poucos as pessoas foram chegando, e então a festa começou.
A mulecada toda indo ao delírio, fazendo festa por qualquer palavra que alguém dizia no microfone. O "Vasco" ligou e avisou que tinha dado um problema no trabalho e que ele tinha praticamente certeza de que não ia chegar a tempo. Resolvemos tocar mesmo assim. Ainda bem que eles tinham ensaiado no dia anterior, então o "Japoneis 2" estava sabendo bem as músicas.
Estava na hora de pegar os instrumentos e ir pra trás do palco, de repente alguém põe a mão no meu ombro, era o "Vasco". Nem fiz questão de ficar perguntando muita coisa pra ele, puxei ele pelo braço e carreguei ele junto com a gente pra acertar as coisas antes de tocar.
Agora o problema da vez era arrumar uma guitarra pro "Vasco", porque a que a gente tinha conseguido tava com algum problema que eu não sei qual era. Uma das organizadoras conseguiu arrumar uma guitarra com outra banda e quando o "Vasco" pegou na guitarra pra sentir o instrumento e tal, estourou uma corda, era muito azar. Mas a gente arrumou isso rapidinho, tiramos a corda da guitarra quebrada. Agora sim, tudo pronto.
A tremedera já era constante em todos nós, a gente nunca tinha se aprasentado antes.
Ouvi o cara anunciar nossa banda e fomos pro palco. A galera vibrava. Parecia que tinha muito mais gente do que a gente via lá de baixo. E o palco era ainda mais incrível lá de cima. O pessoal lá embaixo fazendo várias gracinhas que deixavam a gente com mais vergonha ainda.
Apresentei a banda e cumprimentei a galera me tremendo da cabeça aos pés. E ai começou...
Tocamos só duas músicas, mas foi o máximo. A primeira (Understatement, do New Found Glory) praticamente ninguém conhecia, mas mesmo assim o pessoal agitou pra caramba. Quando terminamos a primeira música eu já estava suando e fui falar com galera de novo:
EU - Valeu galera!!!
A GALERA - Uma gritaria que não dá pra transcrever.
EU - Nós vamos mandar agora um som do CPM...
A GALERA - Outra gritaria muito maior que a primeira, e também não dá pra transcrever.
EU - Gostaram, né?! "O mundo dá voltas" pra vocês!
A GALERA - Gritaria mór.
Acabamos a música e eu fui falar de novo com o pessoal lá em baixo:
EU - Valeu galera!!! Vocês são (e terminei o show do mesmo jeito que comecei esse post) DO CARALHO!!!



Porque um pouco de nostalgia nunca fez mal pra ninguém...

O Viajante (By-Pass Blues)

Mochila no braço,
mais um passo à frente
- Essa história não é fácil.
Ninguém pediu que fosse diferente...

E ele foi, como tinha de ser.
Na inevitável missão de tocar a vida adiante.
Passos lentos, passadas pesadas...
Carregando o peso de tudo que já passou.

Mais um passo à frente,
e um pouco de sol pra ajudar.
Por muita chuvas ainda vai passar,
mas é preciso seguir adiante.


Não levou muitas malas,
não precisava. Mas carregou toda a bagagem
e tudo que queria pra essa viagem,
era de mais espaço para as lembranças.

Mais um passo à frente,
e um blues para assoviar.
Tristeza que já foi ou tristeza persistente,
Enquanto as canto, não vão me atormentar.

Essa história não tem fim,
conclusão ou moral para considerar.
Esse blues só canta o rítmo do viajante,
que trilha seu inevitável destino de continuar.



Bruno Vasco.
(Dedicada ao caro amigo Tiezi,
um viajante.)

Essa música, é dedicada a um de nós, mas representa os três, nossos inquietos espíritos em um exemplo do que eles costumam nos causar.

Um forte abraços à vocês, companheiros tão meus comuns nesse barco.

O fim da boemia desvairada

É com imenso pesar que informo aos interessados que este que vos escreve não mais engorda as estatísticas como mais um desempregado.

Dado o fim da ajuda governamental que vinha recebendo nos últimos meses (vulgo seguro-desemprego) me vi forçado a sair às ruas numa empreitada rumo aos campos de trabalho. Durante esse tempo presenciei o pior do ser humano. Filas em agências, andanças diversas, testes e entrevistas mil, treinamentos estafantes, enfim eu vi o inferno! E lá se trabalha.

Porém, ainda que me restassem apenas algumas horas de lazer aos finais de semana, procurei explorá-las ao máximo e jamais abandonei meus iguais. E pude dessa maneira desfrutar uma vez mais da boemia desvairada nossa de cada dia.

Espero um dia poder ver o mundo funcionando da forma utópica e maravilhosa que eu e meus comparsas desejamos. Um mundo onde as pessoas não precisem adiar a boemia para os fins de semana, um mundo etílico e maluco, um mundo boêmio.

Um brinde à boemia!

Road to anywhere...



Não consigo tirar da cabeça aquela velha idéia de pegar o violão, jogar no banco de um carro e sair tocando por aí, de bar em bar. Depois de um ano na estrada, eu voltava e continuava a vida de onde havia parado.

Esses meus últimos dias foram complicados, pressões de todos os lados, sem parar, me levando à exaustão. A faculdade me consumiu mais do que eu imaginava que seria esse semestre, mas a vida é assim. Sempre tem algo que se voce não tomar cuidado vai absorver até sua ultima gota de sangue das veias.

E isto me levou até este ponto.
"Pegar a estrada" me parece o descanso mais atraente para o momento.
Viver outras coisas, sem pressões... sem muitas pretensões.
Viver viajando, sem estacionar em um problema por muito tempo.
Soa bem.

Provavelmente daria material para um ou dois CDs de blues - Que beleza!

Mas a vida não é tão fácil assim.
Seria muita ingenuidade acreditar que quando voltasse eu poderia continuar a vida de onde parei.
A vida já me mostrou, me cansou de mostrar, que ela não vai dar descanso.

Mas certos sapos são tão difíceis de engolir.
Quando o orgulho começa a gritar, aquela fera lá dentro, explodindo tudo, pedindo liberdade...
Talvez apenas um pouco de paz.
Quando os cabelos começam a ser arrancados involuntariamente pelos dedos.

...à beira da loucura,
como em tantas outras vezes,
brigando contra os próprios demônios,
para não ter que começar tudo denovo...

Errata..

Quero registrar meu imenso equívoco ao falar de amor.
Dependendo da maneira que interpretar meu texto ("Nobody is gonna hit you as hard as life"), poderá entender que o amor de meu ponto de vista é uma coisa destrutiva e prejudicial.

Isto precisa ser esclarecido aqui.

Quem sou eu para falar de amor?

Que tipo monstruoso de ego poderia contradizer todos os poetas, músicos e apaixonados de uma vez só? Em uma vida só!?
Há de ser mais um mal amado, diriam, romântico fracassado, com um ódio tão ácido quanto as palavras que ousou utilizar para difamar o mais forte de todos os sentimentos - o amor!

Vos digo aqui que escrevi como poeta que sou, com igual paixão a que tenho pela música que dança em minhas veias.
Pois sim, sou também um apaixonado!

Certamente a doçura do amor em minhas palavras já assume um sabor mais cítrico, com leve amargura causada por minhas desavenças com a vida e outros desentendimentos, mas ainda tem grande paixão em meus atos e dizeres. Diria que sou movido e motivado por tal paixão - como uma fonte de vida!


Neste ponto, presumo, a pergunta seria: Então porque difamar a própria "fonte de vida"!?

Então digo que não a difamei!

"Quem sou eu para falar do amor?"

Acho que já me apresentei.
Agora falemos do amor.

Existem muitas faces do amor.
Muitos lados da mesma coisa.
Muitas coisas que damos mesmo nome.
Chamamos fé de amor. Chamamos muitos vínculos de amor também, Amor da família, do cachorro, da namorada, do lar, do que fazemos...
É claro que daria confusão!
E deu.

Quando falei de amor, critiquei o amor possessivo, o egoísmo do amor e falei da fé, que também tem seu egoísmo característico.
Não é exatamente uma façe diferente, mas me parece uma ou algumas propriedades do amor.
O amor é fruto do ego.
É parte dele.
Bem ou mal, o amor completa o ego.
E o ego é uma entidade delicada - é sensível e só encherga o que lhe convém.
E isso pode ser perigoso.
Como disse no outro post, ao qual me referi no início deste.

Não vou repetir os argumentos, mas vou complementar sobre os amores perigosos.
Todos são perigosos.
Ferir o amor é ferir o ego.
Portanto seria necessário um controle hábil do ego para não haver problemas após um possível ataque ao mesmo.
Ciúmes, guerra santa, vingança...
Segura aí então!

Tá, o amor é uma droga, um monstro... e somos todos estupidos cavando nossa cova!
Agora joguem as pedras!

Queria eu que fosse tão simples.
Poderia ganhar o Nobel da paz por uma descoberta tão revolucionária.
Se fosse revolucionária.

O problema é que o amor faz bem também. (Não diga!)
A paixão é motivante.
Completar o ego é necessário.
Quebra-cabeças existem para serem montados.
Nosso ego é o quebra-cabeças, vivemos para montá-lo.
É plausível relacionar felicidade e o amor como duas buscas ou até uma mesma busca natural da vida.

Difícil falar de amor.
Apanho dele, e vou continuar apanhando até o entender!
E mesmo quando entender, vou apanhar mais, pra descobrir que não sei quase nada, ainda...

Mas é por amor, que tento enteder.
Essa paixão que me faz escrever, errar, acartar e errar denovo.
Assim como na vida, apanhar, apanhar, apanhar e levantar para apanhar novamente.
Só pode ser loucura, ou amor.
Assim deve ser o amor.
Esse paradoxo tão óbvio e tão nebuloso.

Direcionamos nossas velas
frente à neblina,
mergulhamos neste desconhecido
com a paixão ilógica
da busca por algo indefinido,
como aventureiros navegando às cegas.

Ah... o prazer!

Milênios atrás, alguns barbudos usando vestidos na cidade de Atenas já teriam, chagado a essa conclusão.
Milênios atrás esses barbudos não trabalhavam um centésimo do que se trabalha hoje,
milênios atrás nem parecia que o mundo ia acabar por tantos motivos diferentes.
E milênios atrás esses barbudos concluíram uma coisa tão contemporânea.
Uma coisa aparentemente tão óbvia.
Mas, o que acontece então?
Se é tão óbvio quanto parece, tão simples quanto parece, por que as pessoas não estão sorrindo e se abraçando nas ruas?
Por que milênios atrás as pessoas já não sorriam nas ruas, mas sim guerreavam por tantos motivos, e até hoje continuam do mesmo jeito?
Por que maridos batem em suas esposas, se quando casaram, se propuseram uma felicidade mútua?

Um famoso barbudo de vestido de milênios atrás foi Epicuro de Samos.
Epicuro nasceu em Atenas, em 341 a.C., mas ainda muito jovem partiu com a família para Samos.
Quando voltou para Atenas Epicuro entrou em contato com vários filósofos da época e à partir de suas teorias, reformulou alguns pontos e desenvolveu a sua própria.
Lecionou filosofia e depois fundou sua própria escola filosófica, batizadsa de "O Jardim", onde lecionou sua filosofia até o fim de seus dias.
Epicuro sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor, fato que certamente direcionou suas conclusões filosóficas para o universo da vida marcada pela dor.

A fração mais conhecida de sua filosofia é a doutrina que reflete sobre o prazer.
Epicuro fala sobre um prazer natural do corpo, um prazer inconsciente.
Um prazer ligado à saúde e as emoções.
"O prazer é o primeiro dos bens. É a ausência de dor no corpo e de inquietação na alma". (Epicuro de Samos)

Será que o mundo todo deveria sofrer de cálculo renal para que chegássemos ao menos perto das conclusões tão naturais de Epicuro?

Será que epicuro estava errado?
Na verdade ninguém quer ser feliz?

Ou quer por demais e acaba ignorando o desejo de felicidade do próximo, por ambição?


Neste ponto Epicuro não erra. A felicidade de epicuro é mais subliminar, não se trata de ambição e desejo e sim de necessidade.

E o outro prazer onde fica?
E quem não pensa assim.

Talvez o maior problema de viver em sociedade seja falar a mesma língua.
Felicidade significando a mesma coisa para qualquer um que confronte esta palavra.

Talvez Einstein não resolveu apenas um problema da física com seus postulados da teoria da relatividade.
O principal argumento da teoria de Einstein é que um fenómeno físico seja exatamente o mesmo, independentemente de onde esteja sendo observado - ou seja, a física é a mesma para todos.

Uma afirmação tão simples e mudou toda a compreensão da estrutura do universo.
Nem mesmo Einstein acreditava em algumas conclusões que sua teoria possibilitava.

Infelizmente a filosofia e a ciência se desvincularam nos tempos de Newton e resolveram seguir caminhos opostos - A ciência para os conceitos que podem ser medidos objetivamente e a filosofia para os conceitos subjetivos e imensuráveis.
Este fato distanciou os filósofos de teorias brilhantes como a da relatividade ou dos princípios da quântica, como o princípio da incerteza de Heisenberg (Princípio que descobre uma imprecisão característica da realidade para qualquer fenômeno. Exagerando um pouco é como um questionamento da existência de qualquer fenômeno!)

Mas se a relatividade fosse adaptada para a filosofia e abraçada pela sociedade, provavelmente enxergaríamos o mundo com menos egoísmo e mais aceitação. Talvez conceitos como felicidade comum, colocar-se no lugar do próximo fossem mais bem entendidos.

Mas entender ainda é um grande problema da humanidade.

O que fazer então?
Entender a felicidade?
Entender a si mesmo?
Entender o universo?

Tudo isso são os propósitos básicos da filosofia.
E qual é o conceito básico da filosofia?

Um amigo me lembrou desse conceito inúmeras vezes e outras discussões.
Filosofia é pensar!
Filosofia é questionar, analisar e concluir.
E questionar novamente.
Assim como a ciência.
A diferença é que a ciência aplica as conclusões.

Acho que esse pode ser um caminho.
Uma solução particular do "problema da humanidade".
Uma cura, talvez...

A cura

Parece evidente e inunânime entre a geração a que me cabe parte, que existe um motivo fundamental para que se acorde todo dia e se viva de acordo com o que é de costume buscar e em alguns momentos até perseguir insistentemente.
Eu falo de diversão. Pura, simples, sincera e espontânea diversão.
Qualquer idiota percebe que não existe nada mais gratificante do que viver uma vida repleta de diversão. Sim, porque que outro motivo teríamos para estudar tanto e trabalhar tanto, senão para que pudéssemos desfrutar de toda a diversão que os louros desses esforços podem nos proporcionar?
Aquele momento sublime em que você sente que chegou a um ponto preciso de satisfação e prazer que te preenche tão completamente chegando por algumas horas a te enganar escondendo sua efemeridade.
É esse tipo de momento que procuramos todos os finais de semana, e que vivemos nostalgicamente cada dia da semana esperando por mais, sempre mais. Fica claro que não se pode ter o suficiente desse que é o remédio para o tédio e o mau humar, para o cinza do mundo.
Momentos, bons momentos. É só isso o que se faz necessário para que cada ser humano viva sabendo que fez alguma diferença passar por tudo isso.

"...nobody is gonna hit as hard as life." (Rocky)

A gente apanha, apanha, apanha e apanha mais.
A gente cai, levanta e cai denovo.
A gente reclama, a gente grita, se enfurece, chora...
e continua caindo.

O discurso do Rocky para seu filho em no ultimo filme da série é lindo. Aquele monstro com tantas cicatrizes incrustadas pela vida, lembrando de todas as vezes que teve de sentir o sabor da lona pra lembrar que não é o seu prato predileto e levantar de qualquer maneira, a qualquer custo porque aquela era sua vida, para mostrar ao filho que a vida não é fácil, e ela vai te bater até o deixar de joelhos no chão, e se não fizer nada, provavelmente vai continuar lá. Ele ainda vai e define a vida como uma luta sem fim: "It´s not about how hard you hit. It´s about how hard you can get hit and keep moving foward."

Acho que não existiria melhor definição da vida para ponto de vista dos contribuintes desse blog. Tenho certeza que todos aqui assinamos embaixo do que Balboa disse.

Eu ainda vou mais longe.
Acho que viver é uma luta contínua que você já sabe o final.
Você perde.
É lutar perdendo desde o começo, apanhando sempre e sabendo que vai ser nocauteado no final.
Chega a ser engraçado:
A máxima do humor negro é a vida.

Mas as conclusões chegam a ser catastróficas.
Se deus ou qualquer outra "força superior" existe, ele é forte e agressivo.
O tipo de pai que bate no filho.
Irônico.
Deus é sádico!
Chega a dar aquele nó na garganta.
Mas isso já é de conhecimento popular.
Dizem que é como um teste para ir para um suposto paraíso - outra vida.

Então essa vida é só um treino?
Sofre, aqui pra ser recompensado depois?

Se um pai fala isso para um filho aqui ele deveria ser preso.
Se fazer sofrer em nome de um amor cego durante uma vida toda para qe talvez haja uma recompensa.
Brilhante.
Inacreditável.
Inacreditável como as pessoas aceitam isso.

O amor é terrível.
Só pode.
Fazendo sofrer em nome de amor.
Como pode ser tão absurdo e ninguém notar?
Sofrer por amor, se humilhar por amor, se destruir por um amor.
As pessoas matam por amor, morrem por ele, se enganam, e continuam achando lindo.

É incrivelmente absurdo que os ideais básicos da maioria das pessoas sejam baseados em sofrimento. Fé e amor. Duas palavras cheias de significados, com tanta história de sofrimento e tanta importância para as pessoas.

Deve existir outra maneira de ver a vida que não seja em função de amor e fé, já chega desse masoquismo moral.

Lutar e se levantar não por uma esperança desconhecida, não por um troféu nem uma outra vida sem luta.
Lutar sim por natureza, lutar por gostar de estar lá, lutando e se levantando.
Por se sentir mais vivo a cada vez que vai ao chão e levanta denovo.
Acho que o "Garanhão Italiano" nos mostrou bem esse ponto de vista.
Lutar porque viver é lutar e levantar porque lutar é levantar, e levantar, e levantar.
Até acabar a luta.
Até o fim.

Mas, novamente, o Rocky nos mostra que perder nem sempre é perder completamente.
Não é porque acabou a luta e você apanhou mais que você perdeu.
Não tem jeito, a luta acaba.
A vida acaba um dia.
Mas se sua vida continua sendo relevante após o fim, se a sua luta continua sendo importante mesmo após o gongo tocar, então, de alguma maneira você venceu.
Se a vida queria te nocautear e você terminou em pé, a vitória é sua.

Assim, daquele jeito bem Johnnie Walker, "você pode se tornar imortal".

it falls...it raises...it faces

Confesso que esse trio de Demónios foram feitos para sofrer, mas também foram feitos para aguentar os diversos tipos de penar. É exatamente essa jornada de cai/levanta que nos intriga e estiga, e não existem possibilidade alguma de desistirmos desse jogo que a vida nos proporciona de forma até maldosa.


Foi brilhantemente citada a frase do nosso "Garanhão Italiano" Rocky Balboa pelo demónio Amin, esse é o lema que faz com que não desistimos.


O que importa na realidade é como tu absorve as pancadas, se conseguir reverte-las ao seu favor ou ao menos não fazer delas motivo de ódio ou raiva, é um grande passo a vitória, é como se no fundo do poço tivesse mola..rs


Na teoria tu cai, levanta, cai, levanta de novo, uma hora ou aprende e não cai mais, ou tu não levanta mais; no nosso caso e pode ser que de outras também "aprendemos a cair" e reverter o tombo em algo proveitoso.


Mas o fato que ser obstinado, insistente é intrínseco à personalidade, e se eu digo que esses demónios não desistem , eles não desistem, seja qual for o plano, a idéia, ela de alguma forma será realizada.


Por que bater não é nosso forte... mas não há pancada que não aguentamos.



"I know you're in there, i can hear you caring!"
"Eu sei que você está ai, eu ouço você se importando"

Frase ótima de Dr. Gregory House, justificando o ser turrão!

Trying harder...

Então é assim... Você apanha, levanta, apanha de novo e continua se levantando de novo e de novo, porque tem que ser assim e ninguém disse que seria fácil. Mas é desgastante, definitivamente é desgastante. Você é um demônio relativamente experiente nesse tipo de coisas mas até os demônios se desgastam com esse tipo de coisa.


Eu sei que trata-se de um projeto complexo e de difícil aplicação, mas é um projeto em andamento exclusivo e você não tem mais em que se apoiar. É sua única saída, o único caminho, e de repente você percebe que o seu plano B pro caso de uma enventual falha é viver. O problema é que talvez esse plano B não seja bom o suficiente, talvez fosse melhor implementá-lo um pouco. É agora que entra a melhor idéia de todas: o seu plano B vai ser se manter no plano A.


Assim, você continua aqui. Não vai a lugar nenhum e não desiste, nem procura outra abordagem. Continua apanhando ao invés de bater, como você havia planejado. Mas continua e deixa isso claro.
Isso me lembrou uma fala de impacto de um filme que eu assiti pouco tempo atrás e adoro.


"It´s not about how hard you hit. It´s about how hard you can get hit and keep moving foward." - Rocky Balboa


(Não se trata de quão forte você pode golpear. Se trata de quão forte você pode ser golpeado e continuar seguindo em frente.)

Deus tá vendo!

Olha eu cheio de raiva, blasfemando, pecando e outras coisas ai...


Mas vamos olhar com os olhos da realidade, vamos nos atentar aos fatos, ao mundo. Sim é radical demais olhar para o mundo e querer mudá-lo, então vamos olhar ao redor apenas.


Vem um bando de marmanjo vagabundo sem noção que fica pegando menininha sem cabeça em porta de escola.E cadê a mãe dessa rampera? Está no bingo onde mais estaria.


Mas Deus tá vendo!


Um punhado de pessoas dando moedinha e tem igreja que aceita até cartão de débito agora, uma lavagem de dinheiro no nome do senhor.O investimento mais rentável é comprar um porta bíblia, uma dúzia de cadeiras de plásticos e está lá o cara "pregando" ou mesmo escutando toda aquela groselha, sendo que antes já "prego" os tapas na mulher e canso de bate nos pais.


Mas Deus tá vendo!


É gente que morre sem ter bebido ou fumado, e não é um nem dois não, perde o fim da juventude em cama de hospital sofrendo com 15, 20 picadas de agulha por dia. Lutando pra viver. E os pais se acabando de chorar por ter perdido um filho. Enquanto tem essa corja de moleque safado roubando, e matando gente dizendo que o sistema é que tem que mudar, fica fumando maconha e tem a pachorra de dizer " Tio vê uma moeda" " Num tenho" " Então me vê um cigarro". Deus é mais morô?!


Mas Deus tá vendo!


É gente aproveitando da boa fé nas pessoas para pegar suas economias, essa que era guardada para realizar as vontades que outrora não foram possíveis por serem honesto e não procurarem caminhos errados na vida. Aposentado meu deus...( realmente é difícil de aguentar) que ganha para comer e pra terminar sua vida digna.


Mas Deus tá vendo!


O incrível é que se dá tudo errado:


"Deus quis assim né, é a vontade de Deus, ele vai dar em dobro"~


Ou senão...


Tu acorda 5 horas da manhã, pega um onibus lotado, chega e pega uma senha numero 223 e chamam o numero 104, enfrenta aquela fila maldita de 2 horas para tentar concorrer a um emprego e depois de fazer uma entrevista de 5 minutos, atravessa a cidade, uma burocracia dos infernos para conseguir todos os atestados de " eu não matei ninguem" e passa por um véio cansado da vida para ter que ouvir dele que tu está apto ou não para trabalhar, para depois no fim dessa caminhada toda tu me dizer:


"Graças a Deus"


Vai pro inferno né, tu se mata, passa um sufoco do caramba e Deus leva o mérito?


Puta que pariu, "eis o mistério da fé" mesmo hein!


Ai tu me vem com a boa frase de alerta dos temerosos a Deus ( coisa que é engraçada a também, por que se ele é bom por que eu tenho que teme-lo?)


Deus tá vendo!


Deus tá vendo e não faz nada cacete!


Arruma isso ai meu! começa a dar um jeito nessa bagunça ai barbudo! O barraco aqui embaixo está uma desordem só!A galera aqui embaixo não faz milagre não! o último que tento tem um tempinho já, e pregaram ele meu. Se mexe veião! para de matar gente boa e começa a manda gente para o parceiro lá embaixo.


Tá Barbudo se tu está vendo isso aqui também, igual cansam de repetir a cada passo que eu dou. E se Deus é ser todo-poderoso, vai por mim, eu sou o menor dos seus problemas aqui embaixo, depois tu me manda pro inferno; nem vou correr não, mas agora começa arrumar essa farra que está o mundo..... o seu mundo.

Ao Sr. Barbudão

Eu tento, juro que tento engolir em seco e não blasfemar, ou se não aguento tento fazê-lo o mínimo possível e procurando não me exaltar pra não parecer maluco. Mas parece que o cara faz essas coisas simplesmente pra me alfinetar. Das duas uma: ou deus não existe mesmo ou o cara é um tremendo de um filho da puta!
E dessa vez eu não digo isso por algo que tenha acontecido comigo não. Esse post é totalmente altruísta, juro por... deus! (Não me segurei, desculpa)
Como pode alguém "envorvê" uma senhora de 70 anos pra pegar a grana da velha?! Esse mundo tá perdido mesmo! Poxa, a coitada da velha juntando uma grana pra comprar uma geladeira, aí num belo dia ela tenta ajudar alguém e se fode com R$ 1500,00?! Isso não está certo, cara! Não mesmo!
E o pior de tudo é que a primeira coisa que ela diz depois de perceber o acontecido é: "deus tem mais pra dar do que pra tirar".
Faça-me um favor, cara!
Tem que ser muito filho-da-puta, excomungado pra ser deus-todo-poderoso e simplesmente deixar esse tipo de coisas acontecerem. Por isso que às vezes me parece mais fácil acreditar que deus não existe, porque se ele existe, o cara é um sádico!

Sem mais,

Demônio!

Eis o amor!

É dado como um sentimento meio maluco, que faz com que tu pense em fazer coisas insanas ; ou melhor que faz com que tu não pense para fazer coisas desvairadas.


Desvairadas mas cheio de bondade, de querer mover o mundo por um sorriso, de querer sair correndo atrás da amada seja qual for a distância, risco ou problema que qualquer pessoal racional levaria em conta.


Graças a ...Deus? Não cheguei a ter que bater nela para ela me amar... ( é somente força de expressão pessoal, somos pessoas horríveis, não "espancadores do amor").


O amor quando pega cega, transforma tudo em saudade, todo gesto em bondade, todo carinho em afago, todas pauladas em bons tratos.


O amor quando pega encanta, chora, pula, grita, ama.


Tu vai amar, tu vai sorrir, tu vai chorar e vai amar de novo, sabe por que?


Por que amar é fogo, é ótimo até mesmo por ser fogo... e demônios adoram fogo.

Amor bárbaro

De repente o demônio alado sente de novo aquela vontade que volta sempre de amar alguém que já amou. Ele deveria se calar e esperar essa vontade maluca passar pro seu bem e mais ainda para o suposto bem da pessoa que amou, mas não!
Vontade é vontade, e como já dizia o Raul: "Vai e faz o que queres!".
Sabe, você se sente compelido a fazer isso. Você tem que fazê-lo e foda-se!
Aí você corre atrás e vomita aquele monte coisas em cima dela sem se preocupar com o que vão pensar de ti, porque afinal de contas você quer e muito, e pronto!
Ela te empurra e desconversa. Você insiste e questiona. Afinal de contas não tem como algo tão intenso simplesmente morrer, saca?! É impossível. Então você briga, grita, esperneia e nada. Não tem jeito você já cagou tudo antes e mudou alguém, de um jeito bem horrível por sinal. Mas e daí?! Você sabe que é assim que tem que ser e você próprio já se ferrou antes por causa dela, então nada mais justo do que ela te dar uma nova chance. Mas ela está irredutível, nega tudo e te joga tudo na cara.
Você merece, merece mesmo, mas isso não muda a vontade e o querer-bem. É aí que você atinge o ponto de decisão entre ir até o fundo do poço ou virar as costas e simplesmente viver, porque afinal de contas você vai viver de qualquer jeito mesmo.
E você, demônio e maluco como é, decide ir e pular de cabeça de novo. Foda-se, eu quero e pronto. Faço tudo, me humilho, rastejo mesmo. Orgulho de cu é rola!
E o que passa pela sua cabeça é meramente isso:
"Bato nela até ela me amar de novo, porra!"

Içar velas!

Bárbaros!
São uns bárbaros, estes que aqui lhes escrevem. Não espere amenidades das palavras aqui colhidas - puro veneno!
É até de bom senso que não se espere algo pelos aqui escritos, a inconstância e a surpresa é o presente mais provável deste conjunto de textos.

É dessa maneira que lhes digo:
"Sejam bem vindos!";
Mas também é dessa maneira que lhes aconselho:
"Voltem Sempre!"
- Sempre que tiverem disponível um estômago forte e quando seus pulmões tiverem fôlego suficiente para as vertiginosas viagens às quais estes monstros e eu nos comprometemos a lhes guiar, periodicamente, aqui, neste blog de barbaridades.

E por falar em barbaridades...
"É tudo agora, e do jeito que a gente tá falando!"

Quero enfatizar isso aqui.
Essa história de pancadas e demônios...

Deixa eu contar essa história.
Somos três velhos amigos, com um jeito especial de ver a vida, um jeito diferente de viver e conclusões horríveis sobre tudo isso.
Nos reunimos aqui para dizer estas e outras coisas horríveis dessas que sempre se tem para dizer. Barbaridades!
Dessas barbaridades da vida...

E se a vida é como o mar, inconstante, calmo e revolto, escuro e obscuro em suas indas e vidas, com suas repentinas mudanças de rumo, digo que nós somos os Bárbaros, os Vikings que ousam desafiar os seus maiores perigos rumo a um desconhecido, ou vários, sempre, com sede de mais, por natureza, pois assim somos nós. Aventureiros num pequeno barco enfrentando as viagens mais duras que a vida nos impõe, sem perder o rumo.

Até a próxima!

É tudo isso aqui que a gente tá falando!

Comecemos por falar dessa profana reunião de pessoas horrosas. Pelo que sei, a parte que me cabe desse latifúndio, é a parte assim chamada pelo Caríssimo, dos que barbarizam.
Afinal de contas alguém tem que barbarizar e dito isso, acolho de bom grado essa função sublime (na minha opinião).
Vejamos o mundo, o mundo é um lugar horrível formado em sua grande maioria de pessoas horríveis, mas por mais incrível que pareça são essas pessoas horríveis que fazem o meu mundo mais divertido. Ao longo dessa nossa jornada repleta de devaneios virtuais vocês poderão ver que esses demônios, vulgo parceiros de blog, são as pessoas que fazem uma noite realmente valer a pena. Seja por uma conversa de bar, seja por um ensaio em um porão, seja por saídas para lugar horrendo, seja somente por nos acompanhar a um bar horrendo e tamar 3 com limão. Sinceramente são esse tipo de coisas que fazem minhas noites melhores. Que me incentivam a barbarizar de verdade.
Se deus fez algo de bom, esse algo de bom foi sem dúvida a vontade conjunta de viver intensamente e aceitar as propostas horrosas de um cara como eu sem questionamentos, assim como essas pessoas o fazem.
Até onde eu sei só se vive uma vez, e mesmo que se viva mais de uma vez, eu e esses meus demônios (comparsas, ou seja lá como queiram chamá-los) não vamos esperar não. É tudo agora e do jeito que a gente tá falando.
Sejam muito bem-vindos!

E começa a pancada de idéias...

Vamos iniciar do inicio ou começar do começo...


Horrível pleonasmo esses! Mais atende o que antecipo aos nossos leitores, tão francos quanto nós....


Este blog tem por finalidade, conflitar idéias, divergir opiniões e expor situações reais ou ilusórias da vida.


Mais sou obrigado a confessar que é feito por pessoas horríveis como o pleonasmo em cima usado......


Aqui tem mal amado, tem quem barbariza, tem trovadores, um grande violonista e até mesmo cantores, tem outras tantas qualidades horríveis que virão à conhecer.


Mais tem sinceridade nas palavras, espontaneidade e muita loucura nos dizeres...


Encontrará de tudo aqui, até mesmo o que não gostaria, e por mais que não goste do assunto, se caso tiver a pachorra de ler, sairá daqui mudado, talvez não ao ponto de pensar da mesma forma que nós, coisa que nem aconselho de fato, mais verá que pode existir um outro lado da idéia, um outro ponto de vista tua crença...


De forma mal-humorada e ranzinza...


Está dado a largada para da viagens...