Ah... o prazer!

Milênios atrás, alguns barbudos usando vestidos na cidade de Atenas já teriam, chagado a essa conclusão.
Milênios atrás esses barbudos não trabalhavam um centésimo do que se trabalha hoje,
milênios atrás nem parecia que o mundo ia acabar por tantos motivos diferentes.
E milênios atrás esses barbudos concluíram uma coisa tão contemporânea.
Uma coisa aparentemente tão óbvia.
Mas, o que acontece então?
Se é tão óbvio quanto parece, tão simples quanto parece, por que as pessoas não estão sorrindo e se abraçando nas ruas?
Por que milênios atrás as pessoas já não sorriam nas ruas, mas sim guerreavam por tantos motivos, e até hoje continuam do mesmo jeito?
Por que maridos batem em suas esposas, se quando casaram, se propuseram uma felicidade mútua?

Um famoso barbudo de vestido de milênios atrás foi Epicuro de Samos.
Epicuro nasceu em Atenas, em 341 a.C., mas ainda muito jovem partiu com a família para Samos.
Quando voltou para Atenas Epicuro entrou em contato com vários filósofos da época e à partir de suas teorias, reformulou alguns pontos e desenvolveu a sua própria.
Lecionou filosofia e depois fundou sua própria escola filosófica, batizadsa de "O Jardim", onde lecionou sua filosofia até o fim de seus dias.
Epicuro sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor, fato que certamente direcionou suas conclusões filosóficas para o universo da vida marcada pela dor.

A fração mais conhecida de sua filosofia é a doutrina que reflete sobre o prazer.
Epicuro fala sobre um prazer natural do corpo, um prazer inconsciente.
Um prazer ligado à saúde e as emoções.
"O prazer é o primeiro dos bens. É a ausência de dor no corpo e de inquietação na alma". (Epicuro de Samos)

Será que o mundo todo deveria sofrer de cálculo renal para que chegássemos ao menos perto das conclusões tão naturais de Epicuro?

Será que epicuro estava errado?
Na verdade ninguém quer ser feliz?

Ou quer por demais e acaba ignorando o desejo de felicidade do próximo, por ambição?


Neste ponto Epicuro não erra. A felicidade de epicuro é mais subliminar, não se trata de ambição e desejo e sim de necessidade.

E o outro prazer onde fica?
E quem não pensa assim.

Talvez o maior problema de viver em sociedade seja falar a mesma língua.
Felicidade significando a mesma coisa para qualquer um que confronte esta palavra.

Talvez Einstein não resolveu apenas um problema da física com seus postulados da teoria da relatividade.
O principal argumento da teoria de Einstein é que um fenómeno físico seja exatamente o mesmo, independentemente de onde esteja sendo observado - ou seja, a física é a mesma para todos.

Uma afirmação tão simples e mudou toda a compreensão da estrutura do universo.
Nem mesmo Einstein acreditava em algumas conclusões que sua teoria possibilitava.

Infelizmente a filosofia e a ciência se desvincularam nos tempos de Newton e resolveram seguir caminhos opostos - A ciência para os conceitos que podem ser medidos objetivamente e a filosofia para os conceitos subjetivos e imensuráveis.
Este fato distanciou os filósofos de teorias brilhantes como a da relatividade ou dos princípios da quântica, como o princípio da incerteza de Heisenberg (Princípio que descobre uma imprecisão característica da realidade para qualquer fenômeno. Exagerando um pouco é como um questionamento da existência de qualquer fenômeno!)

Mas se a relatividade fosse adaptada para a filosofia e abraçada pela sociedade, provavelmente enxergaríamos o mundo com menos egoísmo e mais aceitação. Talvez conceitos como felicidade comum, colocar-se no lugar do próximo fossem mais bem entendidos.

Mas entender ainda é um grande problema da humanidade.

O que fazer então?
Entender a felicidade?
Entender a si mesmo?
Entender o universo?

Tudo isso são os propósitos básicos da filosofia.
E qual é o conceito básico da filosofia?

Um amigo me lembrou desse conceito inúmeras vezes e outras discussões.
Filosofia é pensar!
Filosofia é questionar, analisar e concluir.
E questionar novamente.
Assim como a ciência.
A diferença é que a ciência aplica as conclusões.

Acho que esse pode ser um caminho.
Uma solução particular do "problema da humanidade".
Uma cura, talvez...

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